sexta-feira, 30 de novembro de 2012

The Waitress - Adeus Papai


[...]

Logo já estava em casa, o dia cansativo já havia acabado. Meu pai estava descansando, coitado, havia passado muita dor naquele dia, meu coração ficava pequeno ao saber disso. Tudo foi convertido com muitas doses de morfina, a única coisa que o deixava melhor.
Tomei um banho rápido e coloquei um pijama quente, naquele momento eu só pensava em me alimentar e dormir. Comi um pouco de macarrão pra finalizar o dia, e deitei exausta.

[...]

Acordei com o despertador, 6h30 já estava de pé arrumando meu café da manhã e a dieta do meu pai.
- Bom dia pai. - o acordei calmamente com um pratinho de mingau e seus remédios matinais. Ele me respondeu com um sorriso que expressava seu cansaço notório. Meu pai já não falava há tempos, vivia imóvel na cama, ele era muito novo, tinha apenas 50 anos e já passará por tudo isso.
Depois de o alimentar, esperei dona Matilda chegar e parti para o serviço. Bom, essa era minha rotina, nada mais.
- E vamos lá. - sussurrei fitando o estabelecimento ainda fechado.
- Bom dia Cacá. - ouvi uma voz feminina atrás de mim.
- Bom dia Dona Valentina. - sorri, acenando para a senhorinha da floricultura.
- Tenha um bom trabalho. - ela sorriu colocando algumas flores para fora.
- Obrigada, pra senhora também. Linda as rosas brancas hoje. - sorri
- Lindas mesmo, acabaram de chegar. - sorriu
Acenei e entrei no restaurante, peguei a vassoura e passei no chão para tirar alguns pedaços de pão, alface, batatas e etc... comum em restaurantes fast-food.
Eram 7h30 de uma segunda-feira, os executivos logo chegariam para tomar seus cafés, deveria deixar tudo em ordem. Marcelo e Kimberly já estavam cuidando da parte da cozinha. Estava visando limpar tudo aquilo até as 8h00.
- Bom dia. - ouvi uma voz rouca atrás de mim, me virei e avistei...
-  Sr. Justin? - ele mesmo, o que faria aqui? E com rosas brancas em mãos.
- Sim.. - sorriu - São pra você. - disse me entregando as rosas brancas. - A moça da floricultura disse que você havia gostado, bom... é só uma pequena forma de agradecimento por ontem. Desculpa também pelo tormento. Existe alguma coisa que eu possa fazer para você? - Confesso que fiquei surpresa com a vinda dele, achei que o que havia acontecido ontem, acabaria ali.
- Que isso Sr. Justin, ajudar o próximo não faz mal à ninguém. - sorri
- Bom, mesmo assim pretendo te recompensar de alguma forma... O que vai.. - ele foi interrompido pelo celular, que tocou.
- Só um minutinho. - seu coração acelerou quando viu o número da sua casa na bina do celular.
- Oi Dona Matilda. - disse apreensiva.
- Dona Cacá, seu pai está passando mal. 
- O que ele tem? Ai meu Deus... e agora? - disse nervosa. 
- Tem como a Senhora vir para cá? É urgente.
- Estou indo, vou pegar um taxi. Tchau.
Desliguei o telefone apreensiva e comecei a chorar desesperadamente.
- O que foi Catarina? - disse Justin assutado
- Meu pai está passando mal, ai meu Deus... o que eu faço? Preciso de um taxi.
- Não, vamos no meu carro.
- Não Sr. Bieber, não quero te incomodar.
- Não é incomodo nenhum, vamos.
- Preciso avisar a Kimberly, um minuto.
Levantei e fui apressadamente até Kimberly.
- O que foi menina? - Kimberly era minha melhor amiga naquele lugar, ela estava a par de tudo o que estava acontecendo.
- Meu pai está passando mal, tenho que ir. - disse tirando o avental.
- Qualquer coisa nos ligue, vá com Deus.
Peguei minha bolsa e sai correndo até Justin, nós fomos até seu carro. Ele dirigiu rapidamente até o seu apartamento.
- O Sr. não precisa subir, eu posso chamar um taxi até o hospital agora. - sorri enxugando as lágrimas.
- Faço questão de te ajudar, vamos. - ele disse apressadamente saindo do carro.
Tudo agora era questão de tempo, corremos até o meu apartamento e fomos até o quarto do meu pai.
- Pai.. - disse e corri até a beirada da sua cama, me ajoelhei e peguei na sua mão.
- Filha.. - disse com dificuldade. Eu sorri ao vê-lo falando, há quanto tempo eu não presenciava aquilo.
- Não pai, não force. - eu disse para ele - Vai ficar tudo bem.
Ele fechou os olhos em sinal de reprovação.
- Chegou a hora do seu pai. - disse entre tosses fortes - Seja feliz, estarei sempre aqui com você. - ele disse por fim.
- Pai, calma... - eu disse já em prantos, não havia mais o que fazer - Pai? Pai? PAAI.. FALA COMIGO, VOCÊ É TUDO O QUE EU TENHO, NÃO ME DEIXE, EU IMPLORO.. - nesse momento eu já não conseguir conter minhas lágrimas.
Me levantei e impulsivamente abracei Justin, que estava vendo tudo aquilo, ele retribuiu o abraço querendo me confortar em seus braços.
- Me desculpe. - disse me soltando de seus braços. - Dona Matilda, o que eu faço agora? - disse chorando ainda.
- Já liguei para a ambulância, logo ela estará aqui para recolher o corpo. - ela disse chorando.
Fui até meu pai e fechei seus olhos.
- Obrigada por cuidar de mim tão bem, eu te amo e vá com Deus. - sussurrei entre lágrimas - Já era esperado, eu vinha me preparando há muito tempo, eu sabia que esse dia ia chegar. - respirei fundo. - Justin, obrigada e desculpa por te fazer passar por isso... vamos, eu te acompanho até a porta. - ele não disse nada, apenas me seguiu.
- Se precisar de mim, - ele me estendeu um cartão - me ligue. É o mínimo que posso fazer à você.
- Obrigada Sr. Justin.

[...]

Terça-feira 

- O Senhor Gilberto Roman foi um homem muito presente na vida da família, que Deus o receba e dê aconchego ao coração de sua filha Catarina Roman. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Amém. - essas foram as últimas palavras do padre.
Meu coração estava sereno, apesar de estar sofrendo muito com mais uma perda, eu sabia que era melhor para ele.

Quando todos haviam ido embora, eu continuei lá, de pé, observando o túmulo do meu pai, conversando com ele no meu subconsciente.
Vi uma rosa branca ser jogada no túmulo junto com as coroas de flores, me virei e vi Justin, de terno e óculos preto, ele estava lindo.
- Você aqui? - sorri - Tem se saído um amigo e tanto.
- Não fale nada, apenas me abrace. - ele abriu os braços e eu o abracei. O abraço dele era tão gostoso, tão aconchegante, tudo que eu precisava. Não aguentei e desabei.
- Me desculpe, não queria chorar. - disse tentando me esquivar de seu abraço.
- Não, pode chorar... sei como é sofrer uma perda. - ele me apertou mais ainda em seus braços.
- Obrigada. - agradeci ainda entre soluços
- Não agradeça. - ele me soltou - Vem, vou te levar pra casa.
- Não Justin, eu pego um ônibus.
- Até parece que eu vou te deixar ir embora de ônibus. - disse sério.
- Ok então. - disse, ele me abraçou pela cintura e eu fui com a cabeça apoiada no seu peitoral.
Em dois dias é possível sentir a amizade de alguém? Parece que eu conheço o Justin há anos... Ele não parecia ser esse menino que as revistas mostravam, ele era muito mais que isso, ele era maravilhoso. Havia algo na vida dele que estava errado, por isso ele às vezes era tão rebelde.
O caminho inteiro foi quieto. Quando chegamos, Justin comunicou.
- Se quiser, pode ficar lá em casa... tem quarto de hóspedes, minha mãe fica com você, ela é um doce de pessoa..
- Não se preocupe, eu ficarei bem... obrigada. - dei um sorriso triste.
- Qualquer coisa me ligue.
- Pode deixar Sr. Justin. - sai do carro e fui até meu apartamento, estava tão triste ficar ali, meu coração estava pequenininho.
Tomei um banho e coloquei um camisão, fiz um café bem forte e fiquei sentada no sofá refletindo.
Estava com medo, eu chorava toda hora, meu coração estava angustiado, não queria ficar sozinha naquela casa de jeito nenhum... Kimberly mora de favor no quartinho de uma professora, Marcelo era homem, não havia mais ninguém. A não ser que eu pedisse ao Justin, será que é abusar muito?
Pensei mais algumas vezes e peguei o telefone digitando o número que estava no cartão dele.
- Alô? - ouvi sua voz rouca do outro lado da linha.
- Justin? - disse tímida.
- Catarina? - disse - Aconteceu alguma coisa?
- Não Justin... é que eu queria saber se aquela proposta que você me fez no carro ainda está de pé? Não estou conseguindo ficar aqui em casa e não tenho muitos amigos em NY.
- Claro... arrume suas malas, já estou indo te buscar.
- Obrigada Justin. - disse e desliguei o telefone.
Subi até meu quarto, arrumei as poucas roupas que tinha numa pequena mala e desci para esperar o Justin.


Continua... 

3 comentários:

Francielle disse...

Chorei lendo =( continua logo hiem

Anônimo disse...

Oooii amoree sou sua mais nova leitoraa e eu to adorando sua ib contniua logo bbjs
@BiebasMyPride

Cínthia Andrade disse...

Wow que capitulo otimo!que ib otimo! Continua hein!bjos kk
@br_cinthia